O REPLICADOR

Julho 09 2009

                 Além de serem muito interessantes, as ciências ligadas ao evolucionismo têm a vantagem de ter aplicação directa no nosso dia a dia. Além de nos ajudarem a compreender a lógica de certos comportamentos, como também na parte sexual, menos racionalizada, o seu potencial explicativo é ainda mais forte. A psicologia evolutiva ajuda-nos, por exemplo, a perceber porque é que, nas raparigas, certas características são mais atraentes que outras, assim antes de tudo a simetria funciona como o primeiro indicador de qualidade genética. Com efeito, da mesma forma que um agrupamento de pedras disforme no meio do deserto não chama a atenção, uma figura geométrica realizada com pedras alinhadas menos provavelmente terá sido obra do acaso, mas sim terá seguido um plano de construção. O mesmo acontece com os genes porque um rosto simétrico revela um código genético coerente. Além da simetria, cabelos e unhas compridas e saudáveis são indicadores de uma alimentação equilibrada, essencial para poder levar a cabo uma hipotética gravidez , pois mesmo que quando tenhamos sexo não pretendemos reproduzir-nos, a nossa percepção da atractividade sempre favorece pessoas que apresentam altos sinais de fertilidade. É nesse âmbito que um homem tende a favorecer parceiras mais jovens, loiras (é um sinal de juventude) e com peito generoso, isso porque numa época mais remota onde ainda não havia soutien as mamas maiores eram mais sujeitas  ao desgasto da gravidade e do tempo, logo um peito grande, firme e mantido era sinal garantido de juventude. Algo mais misterioso, é o facto de as mulheres que apresentam um rácio cintura-ancas próximo de 0,7 serem consideradas mais atraentes. Vários estudos históricos vêm mostrar que mulheres apresentando esta proporção têm em média mais filhos e são menos sujeitas a doenças e a cancros.

 

Sim senhor, sendo isto de facto muito giro, ninguém precisa de ser um génio ou de ter lido Darwin para saber se uma gaja é boa ou não, pois o processo de avaliação da fertilidade do parceiro sexual é feito de forma inconsciente, sendo este processo determinado pelos nosso próprios genes. No entanto, a psicologia evolutiva permite prevenir-nos contra o desperdicio dos nossos esforços, assim como tornar-nos mais eficientes na busca de um parceiro. Algo fundamental a perceber, é que as mulheres neste esquema são sempre “choosers”: a escassez das suas células sexuais em oposição aos espermatozóides faz com que elas sejam extremamente selectivas em relação a com quem e quando copular. É portanto muito util para nos homens, perceber os sinais de “convite” para podermos concentrar os nossos esforços.

 

Nas atitudes que podem indicar algum interesse, são considerados mexer no cabelo (valorizar a mercadoria) quando estão a falar connosco, pupilas dilatadas (dai os olhos claros serem favorecidos, pois facilitam a apreensão) e mãos nos braços ou qualquer contacto físico no momento da conversação. De uma forma mais geral, podemos considerar qualquer forma de entrada em contacto directa connosco (sms, ser interpelado, pedido de amizade num site de rede social...) na medida em que elas sendo na posição de empregadoras, é sempre excelente sinal elas nos darem um pouco de atenção extra, seguindo a lógica de um pedido de entrevista para possível contratação.

 

Colocando a metáfora do mercado de trabalho, as gajas tendem a escolher dois tipos de candidatos:

-o idilio domestico, que corresponde ao gajo que investe muito na relação, gasta dinheiro, paga as bebidas todas, da-lhe muita atenção, em suma, mostra que está aqui para apoia-la, e que não irá deixa-la para meter a grainha noutras férteis terras...

- o Alpha male, é o gajo que apresenta caracteristicas genéticas excepcionais: beleza, força física, grande inteligência, humor fora do comum, capacidade a transmitir confiança. O objectivo de copular com este tipo de homens para as mulheres deixa de ser uma garantia de subsídio à criação dos filhos, para ser a garantia de um filho superior, com melhores capacidades de adaptação ao ambiente.

 

Em jeito de pequena conclusão, e seguindo o engate na lógica do mercado de trabalho, podemos dizer que há cargos mais exigentes que outros, patrões mais chatos que outros e que em geral as empresas são extremamente ciumentas, pois não gostam de ver os seus empregados a flirtar com outras empresas da concorrência. Pois querem explorar os seus trabalhadores ao máximo, só oferecem CDI, não querem empregados em part-time. Neste mercado de “engate”, é portanto recomendado ser um candidato fiel e altamente qualificado, e apresentar a sua candidatura somente quando alguém entra em contacto connosco, sendo que não vale meter currículos em todos os lados, pois é dada a impressão que o candidato está deseperado para conseguir um trabalho... e, claro, convém ter cunhas.

 

 

publicado por Alexandre Oliveira às 02:39

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