O REPLICADOR

Março 29 2010

Foi Divertido - Por Pedro Arroja

publicado por Filipe Faria às 14:04
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Março 26 2010

publicado por Filipe Faria às 19:08

Março 24 2010

Um dia antes de eu ir à assembleia da república, vale a pena recordar as perguntas que o youth parliament do Reino Unido fez ao deputado (e eurodeputado) Daniel Hannan.

publicado por Filipe Faria às 22:13

Março 22 2010

publicado por Filipe Faria às 21:12

Março 20 2010

A ler: Artigo de Álvaro Santos Pereira no "The Portuguese Economy"

 

"That is, while this SGP (PEC) does nothing to solve Portugal’s structural fiscal imbalances, it also does not cause major harm. The truth is that if it weren’t for Greece, Portugal would be barely on the radar screens of the markets. The government knows this and, hence, it must be secretly wishing that all the dust settles so that it can continue its agenda of spending its way out of recession (a big mistake, of course, especially knowing that this isn't working and it only aggravates the country's fiscal woes).

And thus the big lesson of this SGP (PEC) seems to be that, once again, we will happily postpone the solution to Portugal’s fiscal woes. Yes, Portugal is in a fiscal mess. However, for this government, this is still not the time to deal with this mess. Someone else will have to clean it up."
publicado por Filipe Faria às 22:26
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Março 18 2010

 

Esta tradução é fascinante. Está cheia de pérolas. Saliento as minhas 3 preferidas:

 

- Sticky Wages = Salários Pegajosos

- My general theory has made quite an impression = A minha teoria geral é feita de

bastante impressão

- That new money is confused for real loanable funds = Que dinheiro está confuso para real fundos de empréstimo

 

O dinheiro estava confuso… mmm. A julgar por esta tradução, não foi só o Keynes que bebeu demais.

 

publicado por Filipe Faria às 22:27
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Março 16 2010

"At the height of the Depression, while Franklin Roosevelt was speaking of a nation “one third” in economic distress, the Swiss suffered a maximum unemployment rate of 4.2 percent. This compares favorably to rates of 20 percent and more common in the industrial countries. Swiss output was flat for four years, but this compared to plunges of 10 percent per year or more in England, Germany, and the United States.

 

“Switzerland,” as one economist observed, “never had the New Deal.” If we remember that the New Deal was advanced as a practical stopgap measure, a way to “do something” rather than merely mouthing platitudes about supply and demand, then the relative Swiss torpidity can be seen as excusable, as the crisis never reached the dimensions it did elsewhere. Free-market economists would argue that the decision not to launch vast spending programs actually aided the country’s economic recovery."

 

Gregory A. Fossedal in Direct Democracy in Switzerland, P. 58

publicado por Filipe Faria às 20:26
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Março 14 2010

 

 

 

Ao assistir ao XXXII congresso do PSD neste fim de semana confirmei o que já sabia: que o partido social democrata é um partido social democrata. Se parece redundância a um incauto, já não o é para muitos que consideram que o partido social democrata pode ser algo mais (ou algo menos) que um partido social democrata. Parece que a imprensa não sabe, mas a social democracia é uma corrente (ligeiramente mais moderada) do socialismo, tal como uma pueril busca na wikipedia documenta:

 

“Social democracy is a political ideology of the political left and centre-left  on the classic political spectrum that emerged from the socialist movement in the late 19th century, but continues to exert influence worldwide.”

 

“The goal of social democracy is to reform capitalism through parliamentary and democratic processes in order to achieve a welfare state, government regulation of the market, and various state sponsored programs to ameliorate and remove the inequities and injustices inflicted by the capitalist market system.”

 

“Social democrats advocate capitalist mixed economies, such as Third way positions and the social market economy.”

 

Em média, a acção e o discurso do PSD em nada fogem destas ideias. Contudo, constato que há uma grande esperança de vários liberais em vários candidatos do PSD, apesar de eu não conseguir objectivamente perceber porquê (com base nos discursos dos candidatos).

 

Encontro liberais que apoiam Paulo Rangel, mesmo quando ele dá um discurso no congresso em que quando tem de dizer “economia de mercado” diz “economia de mercado social”; e mesmo quando tem o apoio de Alberto João Jardim que profere que o PSD não é um partido de direita mas sim um partido que “rejeita os endeusamentos do mercado” (declaração que recebeu uma chuva de aplausos dos membros do partido presentes). O apoiante de Paulo Rangel foi mais longe, disse mesmo que era um keynesiano convicto. Pergunto-me como é que um discurso feito no partido socialista poderia ser muito diferente deste.

 

Outros há que apoiam Pedro Passos Coelho que simplesmente não apresenta ideias. Diz coisas como “há empresas públicas boas e más e há empresas privadas más e boas”, ou seja, a justificar desde já qualquer ausência de rumo nas suas políticas com o “pragmatismo” do costume que termina invariavelmente na social democracia costumeira. Porém, ele é o único candidato que consegue dizer algumas coisas liberais, como quando diz que é preciso parar de tentar resolver todos os problemas indo ao bolso do contribuinte; mas por outro lado defende os funcionário públicos e as suas greves para afrontar Sócrates. Temo que se o liberalismo tem pouca expressão política em Portugal, estes soundbites liberais, que são depois desmascarados por tomadas de posição contrárias, serão prejudiciais para a imagem do liberalismo, basta que a opinião pública tome PPC como um arauto liberal, como alguns comentadores já parecem tomar. Assim, junto da opinião main-stream, certamente que as consequências negativas dos actos de PPC não vão ter a social democracia como culpada mas sim o próprio liberalismo (que, perante estes sinais, dificilmente estará presente).

 

Quanto a Aguiar Branco, limitou-se a dizer que queria unir o partido e a atacar adversários, o que, convenhamos, dá a entender que com ele iríamos ter uma continuidade social democrata clássica.

 

Tal como a Elisabete  Joaquim escreveu, é verdade que não se debateram ideias e todas estas análises se baseiam na forma como os candidatos usaram as palavras e os focos dos seus discursos. Qualquer conclusão tirada de um congresso como este terá de estar baseado na leitura das entrelinhas e, como tal, será fortemente subjectiva. Assim sendo, este fenómeno leva-me a concluir que os apoios dos liberais a estes candidatos se baseiam na esperança de que, se o PSD chegar ao poder, o candidato vencedor irá liberalizar o país sem o dar a entender anteriormente. Infelizmente, apoiar um candidato não devia ser como jogar ao totoloto, muito menos num partido cuja matriz é social democrata, que rejeita ser de direita, que tem um passado estatizante,  e, que (como foi muito aplaudido) “rejeita endeusamentos do mercado”.

 

Esperarei para ver, mas, What are the odds?

 

publicado por Filipe Faria às 20:52

Março 13 2010

O Rui escreveu um texto, baseado nas ideias de filósofos como Rothbard, Mises, Hoppe e Locke, onde procurou mostrar que o direito natural e a ética libertária justificam-se com a natureza humana por si só, não precisando de emanação divinas para tal. A razão é assim suficiente para decifrar a acção humana colando-a a uma ética humana que é reconhecida através de apreensões a priori.

 

Esta lógica dedutiva é fortíssima, principalmente porque ao se aceitar os seus axiomas teremos necessariamente de aceitar as suas conclusões; ou seja, se eu aceitar que todos os gatos são amarelos e eu tiver um gato, tenho de reconhecer que o meu gato é amarelo (felizmente não tenho gato nenhum e não preciso de o verificar empiricamente). O que está aqui demonstrado é uma ética criada e reconhecida pela Razão que dispensa testes empíricos pois é dedutivamente passível de ser validada. A Razão descodifica o axioma da acção e o axioma da argumentação, ambos extremamente sólidos, mas até que ponto é a origem da ética? Até que ponto esta construção racionalista não pode coexistir e ser produto de uma razão subjugada às paixões que constrói regras de conduta sociais para permitir uma vivência em conjunto? Uma pergunta mais complicada seria: porque é que numa ética tão clara como esta observamos e reconhecemos uma permanente violação da mesma?

 

Ao ler o axioma da argumentação que postula que existe o reconhecimento racional do “meu” e do “teu” quando se entra em argumentação sinto que este reconhecimento é bem mais emocional do que racional, visto que em última instância, a amoralidade permitirá um simples atropelamento físico (pela violência) sem qualquer argumentação visto ela não ser necessária em determinadas circunstâncias mais extremas (talvez por isso fiquemos chocados quando nos filmes alguém mata outro a sangue frio sem uma palavra, uma justificação ou um argumento). Dir-me-ás que tal não correspondia à ética em causa, ao que me parece que essa ética só vai corresponder quando a razão não colidir com a emoção. Faz-me lembrar um filme do Woody Allen (já não sei qual) em que ao lhe dizerem que ele tinha de escrever um texto satírico brilhante a desmascarar os nazis ele responde: “no, no, that won’t do, but a baseball bat goes straight to the point”.

 

Porém, a ética pode ser criada e o Rui pode ter “criado” essa ética de conduta; mas, não sendo empiricamente verificável, existe alguma razão para que toda essa construção racionalista não seja produto de uma motivação emocional primária mesmo que seja fortemente lógica? Tenho dificuldades em encontrar uma. 

 

PS:  Fiz algumas perguntas sobre o anarco-capitalismo ao Rui nos últimos 2 comentários que gostava (se possível) ver respondidas (sobre a imigração e a revolução não violenta). Gostava no entanto de fazer mais uma: numa sociedade anarco-capitalista onde os indivíduos misturam o trabalho com a natureza e adquirem propriedade, como fazer com que existam estradas e ruas para as pessoas se deslocarem? Todos podem adquirir terrenos que não permita a existência das mesmas (e eu gostava de poder sair de casa, apesar de nem sair muito). Considerando que o negócio era possível, calculo que as estradas e ruas seriam privadas, compradas por alguém e pagas por todos os que quisessem sair de casa e as usassem, certo? Mas as estradas não permitem concorrência, pelo menos aquela que servir a minha porta de casa, o que significaria que quem fosse dono da estrada poderia pedir o preço que quisesse para me permitir sair de casa.

publicado por Filipe Faria às 21:31

Março 12 2010

Em ciência política é comum tentar-se encontrar métodos para aferir a qualidade da democracia. Em boa parte destes métodos, a democracia encontra a sua plenitude quando as necessidades materiais das populações são satisfeitas pelo poder político, o que faz com que se encare o mercado como um elemento a ser domado por esse poder que foi investido da legitimidade democrática. Desta forma, numa democracia liberal, limitar o poder político democrático pode visto uma apologia do mercado como elemento democrático. Porém, a noção de que o mercado é um elemento que por si só é democrático raramente é aceite em teoria da democracia.  Contudo, o mercado é não só um elemento democrático como o é muito mais do que o poder político alguma vez poderá ser.

 

Hans-Hermann Hoppe, no seu texto “On the Impossibility of Limited Government and the Prospects for a Second American Revolution”, mostra como só o mercado poderá ser verdadeiramente democrático. Como o acesso livre a cargos públicos através do sufrágio promove o sucesso político, apenas os que foram dotados de capacidades sociais (social skills), capacidade oratória, carisma, boa aparência, capacidade de representar, etc, estão aptos para atingir esses cargos e obterem poder. Da mesma forma, como estas características são distribuídas pelos humanos de forma desigual, apenas muito poucos na realidade estarão preparados para atingir o poder político pela via democrática. Por contraste, o mercado incorpora todo o tipo de qualidades distribuídas pelo espectro humano. Todas as características humanas têm o seu espaço para a sua rentabilização no mercado, sejam elas a simpatia, a destreza física, a intelectualidade ou o humor politicamente incorrecto. Esta possibilidade de cada um pegar nas suas características e poder participar no mercado produzindo riqueza para si mesmo é a via mais democrática ao dispor do Homem, a via que não obriga ninguém a ser nada em específico e que acomoda todas as necessidades e disposições.

 

Em suma, a plenitude da democracia não se encontra no poder político mas sim na liberdade económica. Como é óbvio, eu voto todos os dias e não apenas de quatro em quatro anos.

 

 

 

 

publicado por Filipe Faria às 23:01

Março 10 2010

Aulas às 8 da manhã devia ser anti-constitucional. Fazia muito mais sentido ter lá um artigo que consagra esse direito do que ter uma actual constituição que diz que a sociedade portuguesa ruma ao socialismo (tal absurdo leva-me a concluir que provavelmente a constituição portuguesa foi escrita às 8 da manhã, talvez por mim).

 

publicado por Filipe Faria às 22:11
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Março 07 2010

Para boa parte dos melómanos, os anos 90 significaram "Smell Like Teen Spirit" e Nirvana. Apesar de ter reconhecido e apreciado o fenómeno Cobainiano, para mim os anos 90 significaram essencialmente Pixies. Eles separaram-se no início da década de 90, mas eu estive com a música deles até à viragem do século. Não estarei a exagerar se disser que dia sim dia não ouvia Frank Black a dizer (gritar): “Wanna grow up to be a debaser”. Agora que olho para trás percebo o meu fascínio pela música deles. Sim Frank, consegui, I grew up to be a debaser.

 

 

 

publicado por Filipe Faria às 22:00
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Março 05 2010

Um interessante troca de ideias sobre esta questão (e não só) com Rui Botelho Rodrigues.

 

Updated

publicado por Filipe Faria às 23:12

Março 04 2010

Hoje é dia de greve geral da função pública. Querem melhores salários, naturalmente. Ao contrário dos trabalhadores do sector privado, cujos ordenados estão genericamente sujeitos à lei da procura e da oferta e onde a única forma de melhorar a sua condição de vida é serem mais produtivos, os trabalhadores da função pública dependem do protesto e da chantagem para conseguirem melhores vencimentos. A razão é muito simples, o dinheiro que estes grevistas pedem não vem de Marte, vem directamente dos trabalhadores do sector privado, esses mesmos que não se podem dar ao luxo de usar o simples protesto para aumentarem os seus ordenados.

 

Posto isto, dizem-me imediatamente que os trabalhadores da função pública não têm outro remédio senão protestar, visto os seus ordenados dependerem directamente da coerção fiscal sobre os contribuintes do sector privado. Certo. Porém, não creio que tal seja uma fatalidade. Se os trabalhadores da função pública rejeitassem a dependência do Estado não tinham aceitado trabalhar para o Estado; quando o fizeram, sabiam que assinavam a sua “declaração de dependência”. Neste sentido, se ninguém quisesse ser dependente, a máquina de Estado teria muitas dificuldades em crescer desmesuradamente como se tem verificado pelo menos desde o 25 de Abril. Se tal acontece é porque há regalias na função pública que não existem no sector privado. Mas essas regalias pagam-se caro, e esse preço chama-se dependência.

 

Imaginemos que, tal como na obra de Ayn Rand “Atlas Shrugged”, não só os indivíduos mais produtivos da sociedade mas também todo o sector privado entrava em greve como protesto contra a extorsão fiscal abusiva a que estão sujeitos por parte do Estado. Qual seria a reacção da função pública? Mais uma greve a protestar contra o facto de os produtores de riqueza do país estarem de greve?

 

 


Março 01 2010

O Consenso Português

 

O Insurgente fez 5 anos de existência. Várias personalidades escreveram textos para lembrar esse facto e, naturalmente, para congratular o colectivo. De todos os textos, o que captou mais a minha atenção foi o que foi escrito por José Manuel Fernandes (ex-director do jornal “Público”). JMF lembra como F.A. Hayek foi importante para a vitória ideológica e eleitoral de Margaret Thatcher em 1979, assim como lembrou as vitórias de Thatcher e o seu legado sob forma de “Thatcherism”. Ademais, JMF lembra ainda como o Insurgente tem um papel importante no quebrar do consenso estatista e social-democrata vigente, onde da esquerda à direita, todos acreditam que é o Estado que deve keynesianamente comandar a economia, e consequentemente, a vida dos seus cidadãos.

 

O Consenso Britânico

 

Para os que acham impossível qualquer mudança de paradigma em Portugal, vale a pena analisar o caso britânico. Depois da II guerra mundial, o consenso social-democrata keynesiano chegou a Inglaterra. Até à chegada de Margaret Thatcher em 1979, quer o partido trabalhista, quer o partido conservador, concordaram com o projecto socializante de Clement Attlee, o líder do partido trabalhista que lançou o Welfare State britânico. Esta era do consenso pós guerra britânico culminou com uma economia com crescimento quase nulo, estagflação, desemprego alto, défice público e, por fim, com a intervenção do FMI. Nessa altura a Grã-Bretanha era apelidada de “Sick Man of Europe”. Em seguida, Margaret Thatcher trouxe o liberalismo para o Reino Unido, através do monetarismo de Milton Friedman e da inspiração na fleuma literária de F.A. Hayek. Tudo mudou, o Reino Unido voltou a ser competitivo e ganhou influência no mundo, ajudando, com Ronald Reagan, a demolir o muro de Berlim, declarando triunfantemente a vitalidade da economia de mercado livre. Seguidamente, gerou-se um novo consenso: o new labour de Tony Blair já não era socialista e abraçava com bom grado o legado económico de Margaret Thatcher. O próprio Peter Mandelson, uma das figuras mais importantes do New Labour, declarou: “We are all thatcheristes now”. Talvez tivesse exagerado, o New Labour não era “Thatcherite”, mas tinha certamente deixado de ser socialista.

 

Novo Consenso

 

Durante as felicitações ao aniversariante, muitos alegaram que Portugal precisa de romper o consenso social democrata, destacando o papel positivo do Insurgente neste processo. Na minha óptica, não seria preciso apenas uma Margaret Thatcher, seria preciso um novo consenso onde a direita portuguesa fosse liberal e a esquerda fosse, no mínimo, liberal social, e onde o socialismo fosse uma memória do passado. Nada disto parece real nos tempos que correm; porém, a motivação de elementos como os do Insurgente dão-nos a ilusão de que em Portugal existe de facto debate de ideias fundamentais. Não existe, mas ao perpetuarem a noção de que poderá existir, eles trazem uma visão corajosa e optimista do futuro.

 

Parabéns (atrasados) Insurgente.

 


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