O REPLICADOR

Maio 30 2009

Os meus pares com pensamento de esquerda gostam de me lembrar que uso demasiadas vezes o conceito de “natureza humana” como se soubesse exactamente o que tal significa. Esta é a minha resposta tendencial : "Eu posso não saber exactamente o que é a natureza humana, mas sei exactamente aquilo que ela não é".

publicado por Filipe Faria às 02:53

Maio 30 2009

O governo socialista quer tornar o 12º ano obrigatório para todos. A seu tempo, isto não ficará por aqui: um dia vai querer tornar a licenciatura obrigatória para todos, depois o mestrado, e assim consecutivamente, de maneira a formar os portugueses com uma educação artificial.

Quais os resultados desta política?

Uma diversidade de fenómenos que não caberia neste texto; porém, de momento, ficam patentes dois exemplos reveladores:

A)    A política da cunha vai proliferar. O empregador, na presença de milhares de trabalhadores com as mesmas qualificações, e na iminência de ter de fazer milhares de entrevistas, irá perguntar a um amigo (ainda mais facilmente do que agora) se conhece alguém de “confiança” para o lugar procurado. Como a grande maioria terá as mesmas qualificações provenientes do ensino facilitista, o amigo conhecerá sempre alguém para o lugar. Concomitantemente, estamos na presença de mais um duro golpe na meritocracia.


B)    Os melhores cérebros vão-se sentir obrigados a estudar bastantes mais anos para poderem ter qualificações superiores a todos os outros estudantes do ensino facilitista. Com isto vai-se fazer com que esses cérebros tenham inúmeras dificuldades em entrar mais cedo no mercado de trabalho. Uma sociedade que se vê privada dos seus melhores elementos no mercado de trabalho, porque os obriga a estudar ad eternum, não pode ter uma economia produtiva.

publicado por Filipe Faria às 01:14

Maio 28 2009

 

 

publicado por Filipe Faria às 01:20

Maio 25 2009

O Problema da responsabilização

         Como modo de apresentação dentro deste blogue fui desafiado a mandar a minha pedrada no charco, ou seja, escrever e divagar mas de uma forma séria e estrutural sobre uma questão que se tenha vindo a definir como fulcral e controversa na sociedade portuguesa. Das muitas questões que há a colocar decidi remeter para a questão da criminalidade nos chamados “bairros problemáticos”.

         As razões que me levaram a isto são diversas. Começando pelas de ordem política e social parece-me que se tornou tabu chamar as coisas pelos nomes, ou seja adereçar os criminosos como criminosos. Desde a instituição da corrente República que se instituiu uma lógica de desresponsabilização e branqueamento moral de determinados tipos de crimes por detrás de bandeiras aparentemente nobres mas que no fundo entregam o ser humano à menoridade.

         Em segundo lugar, e também derivado da primeira exposta, será coerente considerar que o estado vive numa repetitiva minimização da questão e assente na constante violação da ordem constitucional. Esquece-se que sem segurança é impossível defender a integridade do indivíduo e do seu trabalho, esquece-se que sem segurança não há estado de direito. Perante promessas vagas de resolução a longo prazo suspendemos direitos aos portugueses usando os recursos dos mesmos para uma reabilitação criminal que não passa de teórica.

         Em terceiro lugar é importante negar argumentos como “isto é sinal dos tempos”, “característica intrínseca da modernidade”, “resultado das disparidades sociais”, entre outros absurdos perfeitamente refutáveis para uma mente minimamente crítica que entrega a questão a um quase determinismo divinista e não à esfera da actuação de um estado, onde ela pertence.

         Decerto existem mais alguns pontos na forma preconceituosa que esta questão é adereçada que mereceriam ser estatuídos mas penso que os mesmos estarão em relação com os expostos na medida em que me sinto confortável partindo destes.

 

         O problema da criminalidade é de uma natureza complexa decerto e tem no seu tratamento uma carga ideológica fortíssima que impede uma resolução ou análise coerente. Como qualquer um pode denotar o problema só se tem vindo a agravar face ao laxismo sistemático a que foi entregue. Logo declaro desde aqui o pressuposto de esta se tratar de uma análise a mais desapaixonada possível baseada na análise lógica dos factos.

 

Continua...

 

publicado por Diogo Santos às 23:58

Maio 25 2009

As ciências ligadas ao evolucionismo parecem estar cada vez mais perto de descobrir o mistério que fascinou inúmeros homens ao longo dos séculos: o orgasmo feminino! Qual será a sua função?  Ao contrário do orgasmo masculino, que está directamente ligado à ejaculação e que funciona, portanto, como incentivo à procriação, o orgasmo feminino não é sistemático, nem necessário para que haja procriação. Os resultados apontados pela psicologia evolutiva vão no sentido de explicar o orgasmo feminino como um mecanismo de avaliação da qualidade do macho. As estatísticas apontam que mulheres têm mais orgasmos com parceiros sexuais mais simétricos, aumentando assim as probabilidades de engravidar de um homem com “bons genes”. Com efeito, as contracções vaginais que se dão no momento do orgasmo teriam o efeito de captar mais esperma dentro do útero. Segundo cientistas, essa era a forma de contracepção natural antes dos preservativos e da pílula. Por outro lado, parece que os homens que mais orgasmos provocam são também os menos fieis e os mais ligados à promiscuidade. Resultados de observações apuraram que quando envolvidas num “affair”, as mulheres tendem a guardar menos esperma do seu marido , após o acto sexual, do que com o amante, sugerindo assim que o orgasmo feminino será um mecanismo subtil de avaliação inconsciente da “qualidade genética” do parceiro sexual. Alguns investigadores levantam então a hipótese de certas mulheres fingirem o orgasmo com o objectivo de não levantar as suspeitas do parceiro sobre as suas eventuais infidelidades.

 

Vou já fazer uma série de abdominais...


publicado por Alexandre Oliveira às 21:51

Maio 25 2009

 "It is not from the benevolence of the butcher, the brewer, or the baker that we expect our dinner, but from their regard to their own interest. We adress ourselves, not to their humanity but to their self-love."

 

-Adam Smith

publicado por Alexandre Oliveira às 00:10

Maio 24 2009

O The Economist publicou há dias o seguinte diagnóstico para Portugal: “Para melhorar o seu desempenho, Portugal precisa de leis laborais mais flexíveis, menos burocracia, uma força de trabalho mais qualificada, mais concorrência e um estado mais pequeno.”

publicado por Filipe Faria às 15:24

Maio 23 2009

Ouvido na F.C.S.H :

-Já sabes que um velho matou um assaltante em “self defense”? (ler com um sotaque aportuguesado)

-Onde é que fica isso?
 

publicado por Filipe Faria às 12:46

Maio 22 2009

Ontem a noite, tomei literalmente um banho de natureza humana. No âmbito de um jantar de turma, realizado num restaurante lisboeta, fui celebrar com colegas da faculdade o “enterro de caloiros”. Depois da refeição ,onde o álcool já tinha sido consumido sem moderação, mas em que o convívio entre alunos ainda parecia algo tímido ou pelo menos cordial, resolvemos ir para o bairro alto. Foi a partir deste momento que as coisas tornaram-se interessantes: vários factores como o grupo, o ambiente da noite e a desinibição dos comportamentos parecem, numa combinação explosiva, ter baixado a máscara social dos foliões e ter revelado as verdadeiras facetas dos indivíduos presentes. Fui então testemunho da lubricidade masculina, cheia de génio estratégico para captar a atenção das gajas boas, deplorei a falta de personalidade de alguns, prestes a molharem-se em água gelada para serem integrados na “cultura académica” e, numa grande orgia relativista, vi chocarem-se as tiradas de protagonistas convictos e cheios de uma paixão que é mais guerreira do que intelectual. E alguns ainda não acreditam no evolucionismo e nas origens humildes do ser humano...

 

publicado por Alexandre Oliveira às 18:04

Maio 19 2009

Confesso-me um perfeitamente incompetente na sua prática. Não sei como se pratica a simples conversa de carácter utilitarista. A conversa entre pessoas que não estão interessadas no que a outra tem para dizer sempre me fascinou na sua concretização. Os sorrisos de conveniência, os pensamentos encapotados, a necessidade de falar porque o silêncio compromete-nos socialmente, o tentar definir o outro em poucos segundos, são fenómenos que me remetem para uma racionalização do processo que, aparentemente, não joga a meu favor. O mundo conhece bem as vantagens de se dominar esse processo de dinâmica social. Assim sendo, desde já, declaro-me disposto a aprender esta nobre arte. Alguém conhece ensaios sobre o assunto? Melhor ainda, em dias de farta oferta de mestrados, alguém conhece um mestrado em “small talk”? 

publicado por Filipe Faria às 22:42

Maio 19 2009

Para os que acusam os capitalistas “puros e duros” de frieza, de falta de sensibilidade e de serem gananciosos, eis um exemplo de solidariedade social que organiza-se na cidade de Nova-Iorque para as recentes vitimas da crise financeira: comerciantes de Mannhattan propõem os seus serviços gratuitamente a recém desempregados sem pedir qualquer justificação, um talhante confessa: “Creio que já fui enganado uma ou duas vezes, mas prefiro isto do que humilhar as pessoas ao pedir-lhes provas que estão realmente no desemprego”. Restaurantes organizam-se para oferecer refeições a metade do preço, as engomarias passam a ferro os fatos e camisas dos desempregados sem pedir remuneração e sem serem vítimas da sua generosidade. O site www.volunteernyc.org criou-se para que os que perderam o emprego possam ainda tornarem-se úteis ao oferecerem-se de forma voluntária em vez de ficarem entediados em casa e o responsável do site já pediu ao redactor do New-York Times para que diga aos leitores para não ligarem mais porque curiosamente as linhas telefónicas estão saturadas.


Isto é só mais um exemplo que querer mais liberdade económica não é sinal de falta de qualidades morais e que numa sociedade livre e baseada no mérito, as pessoas são mais responsáveis. A solidariedade social pode ser organizada com eficiência, sem gastar o dinheiro dos contribuintes.


Fonte: www.lefigaro.fr

publicado por Alexandre Oliveira às 12:46

Maio 18 2009

 Divulgação: No dia 26 de maio, na F.C.S.H, no departamento de filosofia no auditório 2 realizar-se-á a seguinte conferência:

 

DARWIN E POS-DARWINISMO: 200 ANOS DEPOIS”  

 

O programa:

 

 

 

 MANHÃ

10.00. Michel Renaud (UNL- FCSH) – "Do bom uso do conceito de finalidade na ciência da evolução"

10.45 Debate

11.00 Pausa para café

11.15 Tiago Magalhães (Instituto Ricardo Jorge) “A investigação biomédica actual. Caminho a um mundo (mais ou menos longínquo...) sem preservação de raças preferidas na luta pela vida?”

12.00 Debate

12.15 Manuel João de Matos (UNL-FCSH) “Questões sobre a dialéctica do argumento da Origem das Espécies”

12.45 Debate

 

TARDE

15.00 Francisco Carrapiço (Universidade de Lisboa/Faculdade de Ciências) “Simbiogénese: uma abordagem pós-neodarwinista do processo evolutivo”

15.45 Gil da Costa Santos (UNL-FCSH) “Emergência, Holismo, Reducionismo”

16.15 Debate

16.45 Pausa para Café

17.00 Luís Sousa (UNL-FCSH) “Se Schopenhauer tivesse lido Darwin”

17.30 João Constâncio (UNL- FCSH) “Darwin, Nietzsche e as consequências filosóficas do darwinismo”

18.00 Debate

publicado por Alexandre Oliveira às 22:20

Maio 18 2009

Apesar da economia portuguesa não ser planificada, a intervenção do estado no mercado permanece extremamente alta e constitui numerosas barreiras ao equilíbrio natural deste ultimo (salário mínimo, lei das rendas...). O príncipio de “o dinheiro é sempre melhor gasto por quem transpira para o ganhar” aplica-se também ao paradigma social. Por melhor que sejam as intenções das iniciativas políticas de cariz social, é preciso termos em conta que ninguém melhor do que nós sabe o que é bom para nós. Logo, a universalização de qualquer serviço não pode corresponder as necessidades individuais. O socialismo pretende-se humanista, mas na verdade retira-nos talvez a característica mais humana, que é o livre-arbítrio. Limita-se a diminuir a capacidade de iniciativa, a liberdade individual e por consequência, a tirar qualquer responsabilidade. No fundo o Estado social é um pouco como o país de Peter-Pan, não nos deixa crescer em adultos.

publicado por Alexandre Oliveira às 03:21

Maio 18 2009

Encontram abaixo um excelente documentário realizado pela BBC que resume a teoria do economista austríaco Friedrich von Hayek (nada a ver com a actriz mexicana Salma Hayek), cuja obra principal “The road to Serfdom” aponta para os perigos do socialismo e de um Estado forte. Ele utiliza os exemplos da União Soviética e da Alemanha Nazi, que através de politicas socialistas tornaram-se pouco a pouco em estados totalitários, para alertar a sociedade britânica pós-guerra que vê nascer um estado-providência cada vez maior. Segundo Hayek, a planificação estatal da economia é a origem do declínio da liberdade: O Estado, ao tentar assumir a alocação dos recursos e dos bens, ver-se-á irremediavelmente incapaz de processar todas as informações pertinentes para uma distribuição apropriada da oferta para a procura. As discordâncias quanto á implementação das políticas de planificação económicas e a incapacidade de o estado satisfazer o mercado irá fazer com que nada poderá ser levado a cabo sem o uso da coerção.

 

Parte 1

 

 

Parte 2

 

 

publicado por Alexandre Oliveira às 03:18

Maio 15 2009

Se se andava a perguntar como é que o Francisco Louçã (que nem parece uma pessoa limitada), ou o Jerónimo de Sousa, ou outro qualquer político proponente de ideologias políticas absurdas, consegue manter uma postura circunspecta e convicta na hora de pregar ao mundo, pode encontrar uma pista na área da psicologia evolutiva e da sociobiologia.

Robert Trivers, biólogo evolucionista, advoga a teoria do auto-engano: através da observação de comportamentos sistemáticos de outras espécies (mas também da nossa), Trivers chegou à conclusão que o nosso cérebro evoluiu mediante as pressões selectivas específicas a que foi sujeito ao longo dos milénios, evolução essa que traduz-se numa evolução de comportamentos. De forma a conseguir manipular o próximo para seu próprio proveito, o ser humano evoluiu biologicamente (através da selecção natural) para um estágio onde a capacidade para o auto-engano é necessária. Desta forma, só através do auto-convencimento de que aquilo que estamos a pregar é correcto é que conseguimos usar a mentira para manipular o próximo, porque de outra forma nunca seremos convincentes.

É caso para dizer que quem anda cheio de dúvidas não está adaptado ao contexto.
Eu ofereço-me já para o clube dos inadaptados.

publicado por Filipe Faria às 12:15

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