O REPLICADOR

Outubro 22 2009

"Para os americanos brancos e racistas, o facto de o Prémio Nobel da Paz ter sido atribuído a um afro--americano (que agora inventaram não ter nascido na América, como se isso tivesse alguma importância) é considerado como uma afronta."

Mário Soares no DN

 

 

Mário Soares consegue-me sempre surpreender com seu socialismo arreigado. Num texto cheio de pérolas semelhantes, escolhi este pequeno trecho para aferir o surrealismo Soarista. Descubro que afinal são basicamente os americanos brancos e racistas que acharam que o prémio Nobel dado ao Obama foi, no mínimo dos mínimos, ridículo. Depreendo então que não é possível não se ser racista ou até americano e partilhar do mesmo sentimento. Muito obrigado pela parte que me toca senhor Soares. Porém, o senhor Mário consegue cometer a proeza (nem ao alcance de Oscar Wilde ou Philip Roth ) de dizer algo surpreendente a cada conjunto de palavras que produz. Na mesma frase consegue ainda dizer que, sendo ou não verdade, o facto de Obama não ter nascido nos EUA não tem importância nenhuma. Pois não senhor Soares, seria apenas inconstitucional, ou seja, uma infracção gravíssima à constituição dos EUA. Mas o que é isso interessa quando até se aprecia líderes como o Hugo Chavez que consideram que as constituições são empecilhos para os seus desígnios de poder ilimitado?

 

 

 

publicado por Filipe Faria às 23:40

Outubro 12 2009

Obama recebeu o prémio Nobel da Paz sem nada fazer para o merecer (quando a sua candidatura para o prémio foi aceite ele tinha acabado de se tornar presidente dos EUA). Bem se sabe, Obama surgiu cheio de promessas da ala mais à esquerda do partido democrata. Os escandinavos, que continuam piamente a acreditar que o futuro do mundo passa necessariamente pela emulação da sua social democracia, não abdicaram da oportunidade reforçar a legitimidade de Obama perante as “mudanças” socializantes que ele pretende implementar.

 

Os senhores da Escandinávia continuam a ver-se com o exemplo de virtude mundial e já fizeram de Obama o seu mandatário. A mensagem é clara: “Obama, nós não percebemos porque não conseguimos exportar condignamente o nosso modelo social para mais lado nenhum, mas tu és cá dos nossos, transforma os EUA numa social democracia idílica como a nossa e depois espalha-a pelo mundo”.

 

Neste momento há dois messias no mundo ocidental: o modelo escandinavo e Obama. Com este Nobel da Paz, sente-se a omnipotência desta união messiânica.

 

 Esta promoção crónica de esquerdismo através de prémios e honras, este prosilitismo, deixaria qualquer trotskista a sentir-se um amador no seu marketing da revolução permanente. Porém, nada disto tinha de ser assim: se em vez de promover esquerdismo a academia sueca promovesse a expansão de loiras escandinavas eu aderia facilmente à causa...

 

publicado por Filipe Faria às 23:20

Junho 20 2009

 

 

publicado por Alexandre Oliveira às 17:39
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