Ronald Reagan resumiu na perfeição o pensamento dos governos contemporâneos em relação à economia quando identificou as 3 fases comportamentais dos mesmos: se algo se move taxa-o, se se continua a mover regula-o, e quando pára de se mover subsidia-o.
O governo francês não é particularmente criativo. Perante o problema do declínio da industria musical francesa o que é que faz? Subsidia-o. O que significa, em larga medida, que este sector chegou à terceira fase, ou seja, parou de se mover.
Segundo esta notícia, o governo francês tenciona taxar a publicidade na internet (sendo o google um dos principais visados) para subsidiar a industria musical, visto que esta está a ser “destruída” pela internet. Desta forma, a política Robin dos Bosques visa roubar os maus para dar aos bons. É justo. O que já não é tão justo é os ouvintes terem de ouvir o resultado final da música subsidiada, que é, em última instância, a principal razão do declínio. Quando a música não tem qualidade suficiente para crescer junto do público, quando não se expande e não se internacionaliza, só pode chegar a este ponto. Depois de anos de quotas na rádio para a música francesa e de proteccionismo cultural e económico nessa área, finalmente a industria pára, ou se não pára, pelo menos vai rastejando. Porém, em vez de alterar a estratégia e deixar os agentes musicais procurarem soluções para tornar a sua música mais dinâmica, o governo Francês volta às soluções dirigistas de subsidiação.
Quando se perguntarem porque é que o mundo consome essencialmente música anglo saxónica, não é preciso procurar muito. A resposta é simplesmente porque esta é produto do empreendedorismo musical e não de uma cultura de subsidiação.